terça-feira, 14 de dezembro de 2010

História Sem Fim - Capítulo 7

Tirinha satirizando o filme História sem Fim

Nos capítulos anteriores de outra história sem fim...
Capítulo 1 - O estagiário descobre que seu falecido vovô Latrócio era um subversivo do período da Ditadura militar.
Capítulo 2 - Nosso herói (?) descobre que seu avô teve um Sex Shop, e depois de alguns problemas, teve a loja fechada e os produtos penhorados.
Capítulo 3 - A sorte de nosso herói começa a mudar, ele usa a história de sua vida e vai para um Reality Show.
Capítulo 4 - O ex-estagiário foi a um jogo de futebol.
Capítulo 5 - Ele já famoso conhece gente importante e acaba tendo participação na descoberta de uma fraude política.
Capítulo 6 - Nosso ex-estagiário começa a ser assediado e resolve falsificar uma carteira de motorista para levar a secretária para um motel.

Habilitação Falsificada do Pobre Estagiário

"Nada pode dar errado" pensou o estagiário "essa carteira de habilitação tem tudo! É feito em um papel muito parecido com o papel moeda, tem o brasão da República, minha assinatura, meu CPF, meu RG, assinatura e nome do diretor geral, meu nome... Pérae! Que cara burro! Lógico que o meu nome não é o apelido que me deram no Reality Show... Mas eu sou esperto, inteligente e o povo me ama, não vai dar problema nenhum, com certeza."

Analisando o documento...

Formulário para Análise Documental – Habilitação Falsificada

Espécie: Carteira Nacional de Habilitação.
Data Tópica: Brasília - DF.
Data Cronológica: 25/11/2009.

Características Internas

Gênero: Textual e iconográfico.
Suporte: “Papel parecido com papel moeda”.
Forma: Original.
Formato: Carteira de Habilitação.
Idioma: Português brasileiro.

Características Externas

Entidade Produtora: Pobre Estagiário.
Função Administrativa: Enganar possíveis fiscalizadores.
Função Arquivística: Memória, o Pobre Estagiário pode querer guardar para mostrar para os netos (essas coisas não se mostra pros filhos) ou simplesmente para se lembrar desse episódio.
Descrição: O documento possui o brasão da República, e identificação dos órgãos competentes para sua emissão, nome do documento, dados do portador do documento (nome, número de RG e CPF, data de nascimento e filiação), Categoria de Habilitação, Número do registro nacional de habilitação (Renach), Validade, data da Primeira habilitação, observações, local, data de emissão, assinatura do portador e do emissor, foto do portador e número do documento.

O documento não é verídico, pois alguns dados do documento como número de registro e data de emissão não correspondem com a realidade, nem é autêntico, pois o suporte não é papel-moeda, não há marcas d’água, número do documento nem o Brasão da República no verso. O documento não tem também autenticidade legal, por infringir a lei nem autenticidade histórica, pois o portador não tirou a habilitação na data indicada no documento. Pela história que se segue, percebemos que o documento (habilitação falsificada) não é genuíno por não ter cumprido a função para a qual foi criado.

Lógico que o nosso “herói” não sabia tudo isso...

E assim, todo confiante, nosso Pobre Estagiário começou a colocar o plano infalível em ação. Saiu do local onde pegou a habilitação, comprou um calmante e foi para casa. Chegando lá, ele se fez de cansado e enrolou até ir jantar. Sua mãe pediu que ele pegasse o suco de maracujá para colocar na mesa. Discretamente nosso ex-estagiário colocou dois comprimidos de calmante na jarra de suco (ele queria que os pais dormissem, não que morressem), pegou a boa e velha Tota-Tola e foi à mesa jantar. Ao perceber que seus pais começaram a sentir sono, ele subiu dizendo que iria dormir, pois teria que levantar cedo no dia seguinte. Cinco minutos depois, ao ouvir os roncos do pai, saiu devagarzinho, pegou a chave do carro e foi para o seu encontro. "Com certeza nada me segura hoje", pensou.

Bem, não vou entrar em detalhes de como foi a noite. Digo apenas que ele buscou a secretária e levou-a a um ótimo motel, onde ficaram por um bom tempo. Como exercícios físicos dão fome, eles foram comer alguma coisa antes de ele deixar a secretária em casa e poder ir dormir.

Estavam eles felizes no Infront (um restaurante de comida neozelandesa) quando a antiga chefe dele (aquela do capítulo 1 ) o encontrou. A secretária havia ido ao banheiro e, portanto, ele estava sozinho. A ex-chefe de nosso companheiro sentou ao seu lado e começou a se insinuar para ele, dizendo que sentia sua falta, que acompanhou todos os dias o Reality Show e votou muito para que ele ganhasse; dizia que ele estava muito bonito e que ela se lembrava de quando ele lhe mostrou os “documentos”. Conversaram bastante (algo que a secretária comeu não lhe fez bem), riram muito até que começou a rolar um clima entre ex-estagiário e ex-chefe. Como tudo que é bom dura pouco, a secretária veio e começou a armar o maior barraco: ela vira os dois se beijando. A discussão foi tão grande que o gerente do Infront chamou a polícia.

Dez minutos depois a polícia chegou (sim, a delegacia ficava dois lotes depois do Infront) e viu uma rodinha com algumas pessoas chocadas e uns homens empolgados; no centro da rodinha estavam as duas mulheres suadas arrancando cabelos uma da outra e se arranhando numa feroz e autêntica briga de mulheres. Os policiais separaram a briga, dispersaram os curiosos e iam levando as duas quando chegou o Pobre Estagiário e conversou com os policiais para que eles liberassem as mulheres. Um policial concordou, desde que o Pobre Estagiário lhe desse um autógrafo, pois ele e a família toda eram fãs do Pobre Estagiário.

- Podem ir, mas a senhora – disse apontando para a secretária – não vai poder dirigir mais hoje não, está visivelmente bêbada.
- Que ixo zeu guarda, num bebi nem um copo de zuísssque dhireitu – respondeu a secretária enquanto tentava se equilibrar
- Já que é assim a senhora não vai se importar de fazer um teste, até pra evitar algum problema mais tarde.
- Dzudo bem.
- O senhor não precisa se preocupar com isso não, quem tá na direção não é ela, sou eu, senhor. – diz o Pobre Estagiário sem pensar no que estava falando.
- O.k. então... Pérae! Posso olhar sua permissão para dirigir? Lembro que durante o programa que você participou você ainda não tinha carteira...
- Que isso! o senhor tá duvidando de mim?
- Não, não, como eu disse pra sua acompanhante, é só pra evitar algum problema pra mim mais tarde.
- Certo. – o Pobre Estagiário pega a carteira pensando: “Tomara que ele mude de ideia, tomara que ele mude de ideia”
- Você tá com algum problema? Tá tremendo muito
- Não, não é nada não senhor. – diz o ex-estagiário pegando a falsa habilitação – Aqui senhor.
- Oxi... Isso aqui não é uma permissão, já é uma habilitação... E que raio de nome é esse? Tem como você me mostrar a sua identidade, só para eu tirar umas dúvidas?
“Fuuuuuu” pensou o ex-estagiário assim que ouviu a pergunta.



Nem preciso falar que nosso herói se ferrou, e em poucos segundos todas as editoras de revistas e todos os jornais estavam atrás.

Somente uma pessoa conseguiu tirar uma foto das duas mulheres brigando e resolveu vender essa foto para a editora Março e para o jornal local Sedex Candango.

Ignorem a cadeira e mesa de plástico ao fundo da imagem ¬¬*


Quem será que mandou essa foto? Como será que nosso Pobre Estagiário vai sair dessa? Com quem será que ele vai ficar: a secretária ou a ex-chefe? Por que quase nenhum personagem dessa história tem nome?

Essa e outras perguntas serão respondidas nos capítulos seguintes (ou não). Acompanhe o próximo capítulo desta história no blog Arquivo Sustentável.

4 comentários:

  1. O documento a ser analisado pelo próximo blog é a foto ^^

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  2. Boa história. Quanto ao suporte da carteira de motorista, poderia ser mais específico. ( :

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  3. Não temos certeza se é mesmo papel moeda ^^

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