Nossa equipe estava meio solta, sem nada pra fazer, tendo um baixo rendimento... Chefinho não gostou nem um pouco. Perguntou se nós não estávamos preocupados em fazer nada. Resposta: não. Por algum motivo isso o irritou. Ele foi ficando verde, e crescendo, quase toda a roupa rasgou (menos a calça que virou uma bermudinha porque o horário não permite) o sapato voou, eu quase engasguei com um botão (outros saíram voando e um quase acertou o olho do Alpha, o líder). E o nosso chefe-modo-fúria berrou, numa altura que é (era) cientificamente provado ser impossível cordas vocais alcançarem: GARAGEM!!! AGORA!!!
Saímos pra garagem no sub-subsolo pensando (não vai ser tão ruim assim), vimos uma portinha. Tinha um recado na porta “Entre sem bater, hora do lanche”. Mesmo estranhando o recado entramos.
Sentado a uma mesa, segurando um sanduíche megagorduroso, e tomando coca-cola zero (gosto não se discute), estava um velhinho de aparência estranha que tínhamos a impressão de já ter visto em algum lugar.
Atrás dele uma pilha, ou melhor, uma montanha gigantesca, muito grande mesmo, de papéis e caixas. Sem dúvidas aquele era o arquivo. Sem dúvida aquele lugar precisava urgentemente de organização.
Pouco tempo depois chegou um rapaz se apresentando como o novo arquivista, e disse que iríamos precisar aprender algumas coisas básicas enquanto organizávamos o local. Começamos com alguns conceitos. O primeiro é uma tal de Unicidade.
Bem, seguem alguns conceitos:
SCHELLENBERG, Theodore Roosevelt. Arquivos modernos: teoria e prática. Rio de Janeiro: FGV, 6ª edição, 2006.
“O termo ‘unicidade’, aplicado à informação, significa que a informação contida em determinados documentos oficiais não será encontrada em outras fontes documentárias de forma tão completa e utilizável. A informação é obviamente única se não pode ser encontrada em outro lugar. [...] A fim de ser considerada única para fins de avaliação, a informação não precisa ser completamente diferente de todas as demais, porém deve dizer respeito a assunto sobre o qual não exista outra informação documentária tão completa ou tão conveniente quanto nos documentos oficiais.”
ASSOCIAÇÃO DOS ARQUIVISTAS HOLANDESES. Manual de arranjo e descrição de arquivos. Tradução de Manuel Adolfo Wanderley. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1960.
“Cada arquivo possui, por assim dizer, personalidade própria, individualidade peculiar, com a qual é mister se familiarizar o arquivista antes de proceder à sua ordenação.”
BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivística - objeto, princípios e rumos. São Paulo: Associação dos Arquivistas de São Paulo, 2002.
“Não obstante, forma, gênero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter único, em função do contexto em que foram produzidos.”
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